Quando acabarem de ler este texto não vão entender a ligação entre todos os pontos. Simplesmente tive um furo no horário de três horas e uma coisa levou à outra.
Para qualquer português, o normal é dar beijos. Quando chegam à faculdade, mandam as regras da boa educação cumprimentar os presentes. É tão natural que não pensamos muito nisso.
Dar abraços a quem nos é mais próximo é também um acto impulsivo. Mesmo que seja apenas por brincadeira.
Desde que estou em Berlim, e que a minha mãe voltou para Portugal, que estes simples actos se desvaneceram do meu quotidiano. Se me fez confusão ao princípio? Sim, muita! Mas uma pessoa acaba por se habituar à "falta de contacto físico".
A verdade é que os alemães e, consequentemente, todos os cidadãos que por cá (re)fazem as suas vidas, tornam-se, a pouco e pouco, frios. Distantes.
Mas relativamente aos alemães, posso afirmar que são um povo, no mínimo, interessante. É pouco provável, para não dizer impossível, que uma rapariga/mulher oiça piropos por parte de um alemão. Estes não mostram as suas emoções. De todo. Excepto por um motivo: o futebol. E se formos comparar a atitude de um alemão ao festejar um golo com a de um português, então podemos dizer que o festejo é mínimo.
Ainda assim, tenho assistido a certos actos de carinho intrigantes.
Às crianças é-lhes dada liberdade desde muito cedo. Responsabilidade. E os pais apenas esperam que elas os honrem. Que se tornem adultos bem formados e com uma postura tão característica deste país. Tenho considerado isto como um acto de carinho, ainda que possa parecer um pouco "frio". Talvez nos falte a "mentalidade" das aves: criar os filhos até certa altura e, depois, ensiná-los a voar.
Não se trata de querer os filhos fora de casa o mais rápido possível. Trata-se de lhes dar armas e meios para conseguirem vingar na vida, terem sucesso e não se contentarem com o mínimo dos mínimos.
Já quanto aos casais, não é na juventude que ponho os olhos. É nos adultos e na terceira idade.
Em Portugal, é raro observarmos demostrações de carinho em público por parte de casais entre os 40 e os 60 anos. Mais raro ainda será "observar" o amor depois dos 60. Em Berlim, tenho assistido a tudo: "beijinhos à esquimó", mãos dadas, abraços, "festinhas", beijos,...
Estes actos em si podem não marcar a diferença nas pessoas que os observam, mas em mim marcou.
A questão que se impõe é que os alemães, apesar de toda a distância que tentam manter de tudo e todos, demonstram sempre os seus sentimentos para com aqueles que mais amam. Seja em frente a 2 ou 3 pessoas ou a uma multidão de gente.
Já os portugueses não têm medo de mostrar que amam os seus amigos e o quanto eles são importantes no decorrer das suas vidas. Mas falta-lhes dar o devido valor a quem passa uma vida inteira do seu lado.
Há realmente uma diferença na mentalidade entre estes dois povos e é fascinante ver o quão fantástico seria um país que conjugasse a rigidez e a disciplina alemã com o amor e o "calor" português.
Uma coisa é certa: para que um alemão vos considere seu amigo são necessários anos! Para um português basta uma cerveja e uma boa conversa.
Por aqui praticamente todos falam inglês. Quando isso não acontece, falam alemão devagar para tentar que os estrangeiros percebam. É claro que há algumas "bestas quadradas", e quando as há, são difíceis de "domar".
O que eu diria, Sr. Ministro Nuno Crato e restante colegial, é que os alemães refizeram-se de duas guerras. Sem nada. Do zero. E de certeza que não foi cortando na Educação que conseguiram tornar a Alemanha no país que hoje é.
Ao início, antes mesmo de para cá vir, não queria saber se eles eram os melhores ou porque tinham esta maneira de ser. Hoje consigo entender que sofreram demais. Não ponho sequer em questão o facto de terem magoado mais do que se magoaram a eles próprios!
A verdade é que nunca estiveram em causa os cortes na Educação ou na Cultura. O que era a Alemanha sem todos os monumentos referentes à Segunda Guerra Mundial? O que é Portugal sem a Revista, Casas de Fado ou todo o patrimónico histórico que preenche o nosso território?
Sr. Ministro, o inglês é necessário. Diria mesmo que se tornou numa necessidade básica para que qualquer pessoa possa sobreviver no estrangeiro. E é necessário a partir de tenra idade. É necessário desde casa, mas especialmente nas escolas. Porque é mais fácil para os mais novos aprenderem do que os mais velhos (já dizia o ditado, que se aplica tão bem ao caso, "Burro velho não aprende línguas". E sem dúvida que o Sr. Ministro não aprende nem com os erros passados, nem com os erros alheios, nem com os seus próprios erros).
Sr. Ministro, o inglês é necessário. Diria mesmo que se tornou numa necessidade básica para que qualquer pessoa possa sobreviver no estrangeiro. E é necessário a partir de tenra idade. É necessário desde casa, mas especialmente nas escolas. Porque é mais fácil para os mais novos aprenderem do que os mais velhos (já dizia o ditado, que se aplica tão bem ao caso, "Burro velho não aprende línguas". E sem dúvida que o Sr. Ministro não aprende nem com os erros passados, nem com os erros alheios, nem com os seus próprios erros).
Se são precisos cortes, podem começar por DOAR parte do vosso salário aos cofres do Estado. Um povo analfabeto ou inculto é como uma terra sem Nação.
Por estas bandas, ajustam-se os horários escolares às actividades extra-curriculares, não o contrário. Há toda uma estrutura no Ensino Superior que seria bem pensada para Portugal. Não há limite máximo de créditos e ninguém está em algumas aulas da faculdade fazendo um enorme esforço. Cada um escolhe as suas "cadeiras" de forma a ter interesse no curso que tira. Especializando-se naquilo que realmente interessa para o seu futuro.
Sim. Por aqui as pessoas podem pensar num Futuro. E em Portugal?
São as Pessoas que fazem uma nação. Não um governo.
MYA,
Mónica
muito bem Mónica gostaria que o "Nuno Crato " lê-se o que acabo ler ,pos eu concordo plenamente contigo
ResponderEliminar